De acordo com a ministra da Cultura, o grande encontro com a juventude
que está sendo promovido pelo ministério entre fevereiro e março será
uma oportunidade para entender o que os jovens desejam da área,
especialmente os mais pobres; "[Queremos escutar a juventude]
que compra o tênis de marca, mas não vai a um cinema", disse Marta
Suplicy
São Paulo – A ministra da Cultura, Marta Suplicy, disse hoje (17) que
os "rolezinhos" devem impactar na política do ministério para a
juventude. "Em novembro, quando a gente teve a conferência de cultura,
falamos em fazer um grande encontro da cultura com a juventude. O
ministério já está trabalhando nisso. Estamos avaliando como fazer,
porque era uma ideia e, agora, com essa história de "rolezinho", temos
que adaptar um pouco", declarou a ministra após participar do lançamento
do cartão vale-cultura para funcionários do Banco do Brasil, na capital
paulista.
Ela informou que o encontro deve ocorrer entre fevereiro e março
deste ano. A ministra acredita que essa será uma oportunidade para
entender o que os jovens desejam da área da cultura, especialmente os
mais pobres. "[Queremos escutar a juventude] que compra o tênis de
marca, mas não vai a um cinema. Ou nem sabe o quão legal é fazer uma
visita guiada a um museu e entender um pouco as coisas que acontecem nas
artes", disse.
Com formação em psicologia, a ministra considera os "rolezinhos" uma
questão complexa. "Tem muito a ver com ser adolescente. Poder ter coisas
que nunca teve, como um celular 3G, tênis de marca, camiseta do ídolo
de futebol e poder se exibir nos lugares que nunca foi. Como psicóloga,
consigo entender isso muito bem, agora tem um significado mais amplo,
que nós temos que avaliar [no ministério]", declarou.
Ela destacou que não considera a política de editais a mais adequada
para esse segmento. "Tem que pensar o novo. E o novo nós não sabemos
qual é. Vamos saber com eles o que eles acham importante", disse.
Segundo a ministra, a proposta do órgão é democratizar o acesso aos bens
culturais e para isso é necessário chegar aos jovens. "Quem só consegue
comprar o tênis da marca, tem que conseguir usufruir da cultura de
outra forma. Arrumar um jeito de isso acontecer é que vai ser a nossa
ação".
Repórter da Agência Brasil

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