| (Foto: Alzyr Quaresma) | 
Um novo mandato é também uma oportunidade para a autocrítica. Um governador que precisa fazer isso urgentemente é o do Pará”,
 a frase foi escrita pelos jornalistas Bruno Villas Boas e Daniel 
Barros, da Revista Exame, após análise do estudo “Desafio da Gestão 
Estadual”, publicado por uma das mais conceituadas empresas de 
consultoria do país, a Macroplan – Prospectiva, Estratégia & Gestão.
 De acordo com o estudo, o Pará foi o estado que mais caiu nos rankings 
de indicadores da última década elaborados pela Macroplan.
 “O Pará é um desastre na área da saúde: tem a
 menor expectativa de vida do país, de 68 anos”, analisou a Revista 
Exame na matéria publicada em 14 de novembro deste ano, com o título 
“Muito por fazer nos estados”.O Pará apresentou o menor avanço na 
expectativa de vida entre as 27 unidades federativas. Cresceu apenas 1,5
 anos de 2002 a 2012.
Os jornalistas da Exame fizeram uma análise 
comparativa: “um catarinense vive, em média, dez anos mais do que um 
paraense.”A revista também destacou que o Pará é a unidade que menos 
gasta com saúde: 483 reais por habitante ao ano. “Reeleito por margem 
pequena no segundo turno para mais quatro anos de mandato, o governador 
Simão Jatene (PSDB) culpa a falta de recursos”, destaca a revista.
Os 11 
índices pesquisados pela empresa de consultoria foram: Educação, 
Juventude, Saúde (mortalidade infantil), Segurança, Infraestrutura, 
Desenvolvimento Econômico, Desenvolvimento Social, Condições de Vida, 
Institucional. Saúde (expectativa de vida) e Gestão Fiscal.
O Pará foi reprovado em 58 dos 59 rankings, 
apresentando baixíssimo desempenho em todos eles e com menção em apenas 
um dos 69 indicadores.O governo de Simão Jatene foi o que obteve as 
maiores perdas de posição entre todos os 27 gestores estaduais 
brasileiros - 116 pontos negativos (-116) ao todo - o que mostra que vai
 ser necessário muito empenho para que o Estado evolua e reduza as 
desigualdades sociais e regionais.
Foram calculadas as diferenças de 
posição nos rankings dos anos inicial e final dos governos estaduais. 
Para identificar este índice de variação negativa, a Macroplan somou as 
posições nos 59 rankings obtendo o resultado líquido nas 
avaliações. Melhores que o “estado lanterninha”o Pará, ficaram Amapá 
(-110), Sergipe (-101), Alagoas (-94) e Bahia (-77).
Ao tentar justificar os péssimos resultados 
dos seus últimos quatro anos de governo, Simão Jatene alega que a 
arrecadação do Estado é insuficiente para melhorar os serviços e 
obrigações para com a população.
Os jornalistas da Revista Exame, no 
entanto lembram que, a despeito de o Pará ter a quarta menor receita 
tributária e de transferências do país (R$ 1.480 reais per capita ao 
ano), este montante é “maior, contudo, do que a do Ceará, estado que, 
com receita anual de 1. 403 reais por habitante, conseguiu avanços 
relevantes em educação e saúde.”Na área de saúde, a Macroplan constatou 
que o Ceará reduziu à metade o índice de mortalidade infantil (- 53%) 
entre 2001 e 2011, subindo dez posições no ranking nacional.
O Estado teve um aumento real de 76% no 
gasto per capita com saúde entre 2002 e 2012, apesar de ter receita per 
capita ao ano menor que a do Pará.“Dá para fazer mais com o mesmo, 
claro”, respondeu Simão Jatene aos jornalistas da conceituada Revista 
Exame, sem explicar como poderá ser feito.
Bruno Villas Boas e Daniel Barros insistiram
 “E a autocrítica?”. “É importante fazer autocrítica. Eu teria 
implementado os centros regionais de governo antes, com poder de decisão
 e orçamento próprios”, limitou-se a responder o governador paraense.“Os
 novos governadores encontrarão, em geral, um cenário macroeconômico 
desfavorável e verão seus limites de atuação estreitados pela restrição 
de recursos.
Será preciso fazer mais com menos. Será 
necessário inovar na gestão, definir prioridades e avançar em 
eficiência”, analisa o presidente da consultoria Macroplan, Cláudio 
Porto.
(Diário do Pará)





