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Acidente que causou o desabamento do porto da Zamim/Foto: Agência Amapá |
Foi ingressada na Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF) uma ação que pede a condenação da mineradora Zamin pelos danos materiais e mortes causadas no desabamento, em março de 2013, do porto de exportação da cidade de Santana. O processo cobra R$ 100 milhões da empresa para recuperação ambiental da área atingida, indenização das famílias e por danos à coletividade.
O acidente vitimou seis trabalhadores, sendo dois deles nunca encontrados, além de ter arrastado caminhões, estruturas e grande quantidade de minério de ferro para o rio Amazonas. Após o ocorrido, as atividades foram suspensas no Amapá e a mineradora acumulou demissões e dívidas.
A ação do MPF é baseada em laudos que apontam a negligência da mineradora em acumular grande quantidade de minério de ferro e manganês no porto, sobrecarregando o solo. O processo foi protocolado na quinta-feira (16) na 6ª Vara da Justiça Federal do Amapá.
A mineradora sempre negou a responsabilidade no acidente, atribuindo o fato a fenômenos da natureza, e que cumpriu o limite de carga estabelecido no porto.
Apesar de à época a administração do terminal estar sob responsabilidade da empresa Anglo Ferrous, a ação pede a condenação da Zamin pelo fato de as duas integrarem o mesmo grupo empresarial, explicou Joaquim Cabral da Costa Neto, procurador da República.
Após o acidente, a Anglo anunciou em setembro de 2013 a venda das minas de ferro no Amapá por 136 milhões de dólares. A Zamin Ferrous comprou os ativos da empresa inglesa e ainda não concluiu as obras de recuperação da área portuária atingida.
"Houve seis perdas e a responsabilidade é diretamente do grupo que comandava a atividade na região, tendo em vista que ele sobrecarregou o terminal. Em face disso, cada família, além do tratamento psicológico de cada um, pedimos também indenização vitalícia num valor equivalente à sua remuneração", completou o procurador do MPF.
Para garantir valores durante o andamento processual, a ação ingressada pede o bloqueio antecipado dos R$ 100 milhões, afim de garantir a recuperação ambiental da área. O ministério também não descarta a possibilidade de acordos para acelerar os atendimentos aos atingidos.
"Além disso, o MPF pediu uma reparação social, que é uma solenidade na qual a empresa reconhece a culpa pelo acidente, e como se fosse também uma espécie de desculpas à sociedade", acrescentou.
Fonte: G1 Amapá