segunda-feira, 10 de março de 2014

PT não apoiará Sarney em nenhuma circunstância, afirmou o deputado Joel Banha

Na semana passada, um jornal local publicou que o PT poderia coligar com o PTB de Lucas Barreto indicando o nome da vice-governadora Dora Nascimento (PT) para a primeira suplência na chapa ao Senado, que seria encabeçada pelo senador José Sarney (PMDB). Em entrevista para o MZ, o deputado Joel Banha, presidente regional do partido, negou tal informação e disse que o PT, em nenhuma circunstância, apoiará o senador Sarney.

Joel Banha disse as informações que deu em entrevista ao jornal foram interpretadas ao sabor dos interesses políticos do periódico. Disse ainda, que o PT não tem porque romper com o PSB, e muito menos apoiar a reeleição do senador Sarney. Banha argumentou que a dívida política que o partido tinha com o senador, em função de seu apoio ao presidente Lula no episódio da tentativa de seu impeachment, em 2005, foi inteiramente paga com o apoio dado ao senador, na sua reeleição ao senado, em 2006; como também à eleição da governadora Roseana Sarney, no Maranhão, em 2010. "A fatura foi paga, o PT não deve nada ao senador", disse.
Outra situação lembrada pelo deputado para afirmar que o partido não deve nada a Sarney foi quanto à ocupação dos espaços do Governo Federal no Estado. Joel disse que dos 22 órgãos federais, 21 são dirigidos por pessoas que, de alguma forma, estão vinculadas ao senador. "Esses órgãos deveriam estar implementando as políticas públicas do governo Dilma, aqui, no Amapá, mas pouco se ouve falar do trabalho desenvolvido pelo Incra, pelo Ministério da Pesca ou pela Funasa, por exemplo, a não ser quando ocorre alguma crise, aí, quem fica com o ônus do problema é o PT", desabafou.
Além disso, o deputado petista lembrou que o advogado de Sarney, Fernando Aurélio de Azevedo Aquino, é o mesmo que atua na tentativa de cassação dos prefeitos do PT no Estado. "Por que o Partido tem que apoiar um político que patrocina ações jurídicas descabidas contra os prefeitos petistas que foram eleitos legitimamente pela população", questionou.
Banha afirmou que a decisão do PT estadual, de não apoiar a reeleição do senador Sarney em nenhuma circunstância, já foi comunicada ao PT nacional. "Comuniquei ao companheiro Jorge Coelho, secretário nacional de Mobilização do partido, sobre a nossa decisão".
A respeito da possibilidade de uma intervenção da Executiva Nacional no PT do Amapá, Banha disse que a atual correlação de forças que compõem o Diretório Nacional do partido impede tal procedimento. Segundo ele, a corrente majoritária do partido, que defende o apoio a Sarney, não possui número suficiente de votos no Diretório para, sozinha, aprovar uma ação desta natureza. Segundo ele, nesse caso específico, "a Executiva Nacional pode apenas recomendar uma posição, mas nunca impor", esclareceu Joel.
Joel ainda disse que o PT, nessas eleições, deve seguir com o PSB, de Camilo Capiberibe, e que o partido trabalha para ter também a vaga ao Senado. O nome petista para a disputa seria da atual vice-governadora Dora Nascimento. Sobre a vaga de vice na chapa majoritária, Banha afirmou que o partido só abre mão se for para trazer mais um partido para a aliança. "O PT entende que a vaga de vice é importante para fortalecer a chapa e, se for para trazer mais um partido, nós concordamos em abrir mão da vice".
Diante dessa conjuntura, a candidatura à reeleição do senador Sarney praticamente se inviabiliza. É sabido, nos bastidores políticos, que Sarney esperava obter o apoio dos petistas para essa nova empreitada. Sem ele, arriscar uma nova eleição num terreno altamente minado, inclusive enfrentando fogo amigo, as chances de vitória são muito pequenas.


Sérgio Santos

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