Para lembrar os 30 anos do movimento popular que reivindicou eleições
diretas, redemocratizou o país e que ficou conhecid
o como "Diretas
Já!", o Arquivo Público do Estado de São Paulo apresenta, a partir desta
quarta-feira (16), a exposição Povo, Praça e Participação: 30 anos das Diretas Já. A mostra, gratuita, vai até o dia 16 de agosto e é uma parceria com a Fundação Padre Anchieta e o Memorial da América Latina.
O
foco da exposição são as manifestações que pediam as eleições diretas e
que levaram milhares de brasileiros às ruas em 1984, quando o país
ainda vivia sob o regime militar.
Estarão em exposição relatórios
do extinto Departamento de Comunicação Social (DCS), órgão que
funcionou no período de 1983 a 1999, e painéis com fotografias, som,
vídeos e documentos dos principais comícios pelas "Diretas Já!"
realizados em São Paulo, tais como o da Praça da Sé, em janeiro de 1984,
e que reuniu cerca de 300 mil pessoas, e o do Vale do Anhangabaú, em
abril de 1984, que reuniu em torno de 1 milhão.
“São fotos,
documentos e jornais retratando os grandes comícios, sobretudo os dois
realizados em São Paulo, e também apresentando a atuação da polícia
política em pleno período de governo democrático, fiscalizando e
acompanhando as autoridades que convocaram o povo para as manifestações
populares”, disse Izaias Santana, coordenador do Arquivo Público, em
entrevista à Agência Brasil.
Uma das atrações
será um palanque em que o visitante poderá ouvir um trecho do histórico
comício no Vale do Anhangabaú, narrado pelo locutor Osmar Santos, um dos
principais participantes do movimento pelas "Diretas Já!". “Além da
retratação do que foi deixado escrito naquele momento, as pessoas que
visitarem a exposição também terão uma noção do ambiente e do sentimento
que dominava as pessoas. Para isso, nada melhor que [ouvir] a voz do
Osmar Santos, de políticos e de tantos artistas que cantaram em praça
pública”, disse o coordenador.
Segundo Santana, um dos objetivos
da exposição é apresentar um momento importante da história do país, em
que “o povo resolveu exigir participação direta nos destinos da Nação”.
“É
sempre oportuno que o Estado apregoe, defenda e faça a difusão dos
valores essenciais da sociedade brasileira. A democracia é fundamento do
Estado, é essencial. Relembrar os grandes momentos da história do
Brasil, no qual a democracia foi louvada, é tarefa de todo órgão
público”, disse ele.
Ao fim da exposição, haverá um painel,
simulando uma urna, para que os visitantes possam se manifestar. “É a
simulação de uma urna para mostrar às pessoas que a escuridão e as
trevas daquele período só podem ser superadas com movimento e com a
participação do povo no processo e no destino dessa nação. Essa é a
mensagem que queremos transmitir”, ressaltou.
Agência Brasil
Agência Brasil
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