Há blindados, jipes, e militares armados com fuzis por toda parte |
Menos de duas semanas após ser ocupado pela polícia e poucos dias depois
da chegada das Forças Armadas, o Complexo da Maré, no Rio de Janeiro,
vive sob muito medo e desconfiança. Há blindados, jipes, e militares
armados com fuzis por toda parte. Embora a intenção seja tocar a vida
normalmente, o clima na comunidade é de guerra e as dúvidas sobre o
futuro só tornam a tensão ainda mais palpável.
A reportagem da BBC Brasil percorreu ruas das favelas Nova Holanda e Baixa do Sapateiro, separadas pelo valão conhecido como "Faixa de Gaza" - que dividia as áreas controladas, respectivamente, pelas organizações criminosas Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro (TCP). O local costumava ser o ponto mais conturbado do Complexo, numa rotina diária de tiroteios e provocações.
A reportagem da BBC Brasil percorreu ruas das favelas Nova Holanda e Baixa do Sapateiro, separadas pelo valão conhecido como "Faixa de Gaza" - que dividia as áreas controladas, respectivamente, pelas organizações criminosas Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro (TCP). O local costumava ser o ponto mais conturbado do Complexo, numa rotina diária de tiroteios e provocações.
Dois dias antes, soldados dispararam tiros para o alto quando um
adolescente foi encontrado ferido dentro da vala, supostamente após uma
briga entre membros das facções rivais. No dia da ocupação da Polícia
Militar, no fim de semana anterior, dois jovens morreram em confrontos
após uma guerra de pedras que terminou com disparos.
Relatos de violência entre membros remanescentes do tráfico e de abusos por parte dos policiais e militares, incluindo excessos cometidos nas revistas às casas, começam a aparecer conforme os moradores se sentem mais à vontade com a reportagem. Sob o olhar constante dos soldados armados, a maioria prefere não falar. E se fala, não diz quase nada, pede para não ser identificado e não permite ser fotografado.
Relatos de violência entre membros remanescentes do tráfico e de abusos por parte dos policiais e militares, incluindo excessos cometidos nas revistas às casas, começam a aparecer conforme os moradores se sentem mais à vontade com a reportagem. Sob o olhar constante dos soldados armados, a maioria prefere não falar. E se fala, não diz quase nada, pede para não ser identificado e não permite ser fotografado.
Caminhando por ruas com
carros incendiados ou com parabrisas estilhaçados por tiros, casas com
marcas de bala e blindados de transporte de tropas dividindo espaço com
crianças não é difícil entender o porquê do silêncio.
BBC Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário