Enquanto a diretoria do Iapen se cala, a fragilidade da penitenciária aterroriza a população
Apesar da obviedade da afirmação do capitão, o preso não tem culpa de nada, haja vista que os detentos não foram aprovados em concurso público e não são pagos pela administração pública para defender a sociedade. A função suscitada é obrigação dos agentes penitenciários e aqueles responsáveis pelo aparato de segurança pública, segundo o artigo 144 da Constituição Federal de 1988 que rege os preceitos de segurança pública.
A
diretora presidente em exercício do Iapen, Joseane Carvalho, não soube
explicar as quatro fugas ocorridas em 32 dias. A mesma se negou a
receber a equipe de reportagem, segundo informações dos próprios
agentes. “Joseane não tem recebido ninguém da imprensa”, foi o informado
na portaria da instituição.
As
fugas de detentos ocorreram nos dias 15, 27 e 31 de dezembro de 2013.
Além da fuga ocorrida recentemente no dia 17 de janeiro. Nos Centros de
Custódia do Novo Horizonte e Oiapoque também houve registro de fugas no
mês de dezembro de 2013. No mês de dezembro fugiram 27 presos do Iapen,
quatro do Centro de Custódia do Novo Horizonte, e mais 13 do Centro de
Custódia do Oiapoque. A pergunta que não quer calar: essas fugas são
culpa dos presos como disse o capitão, ou está havendo algo de errado no
sistema prisional do estado do Amapá?
O
soldado William, um dos policiais da PM que prestam serviços no Iapen,
afirmou que as fugas não são culpa dos presos. “O problema é a falta de
efetivo, geralmente nas guaritas onde não há agente, ocorrem as fugas”,
explicou.
A
esposa do detento Marcio Monteiro, Claudia Monteiro, foi mais incisiva :
“Há esquema de facilitação para saída dos presos. Nós não falamos
porque temos medo de represália e isso acabaria com a nossa viração lá
dentro”, declara. Heverson Castro,da imprensa local, também questiona a
situação. “Em menos de 30 dias, cerca de 50 presos fugiram do Iapen, o
que levanta a hipótese e suspeitas de que estariam ocorrendo facilitação
de fugas no presídio estadual”, aponta Castro em seu blog.
Enquanto
perguntas não são respondidas e previdências não são tomadas, o
mistério em torno da fragilidade do complexo penitenciário continua
aterrorizando os cidadãos macapaenses.
Marcello Gomes/aGazeta
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