No próximo mês de setembro completará quatro anos da operação “Mãos
Limpas” realizada no Amapá pela Polícia Federal em setembro de 2010, sem
que nenhum dos presos, acusados de comandar ou participar de um dos
maiores esquemas de corrupção no país, tenha sido condenado.
Graças a demora no processo de investigação, motivado inclusive pelo
tamanho do esquema criminoso, resultando em mais de um inquérito, e a
condição de alguns dos envolvidos que na época tinham fórum privilegiado
o processo caminha lentamente, beneficiando alguns acusados.
Somente em abril deste ano o Ministério Público do Estado do Amapá
(MP-AP) recebeu do Ministério Público Federal no Amapá (MPF/AP), parte
do material da Operação. Foram entregues documentos e mídias eletrônicas
apreendidas pela Polícia Federa. Na ocasião a procuradora geral do
MP-AP, Ivana Cei, nomeou uma comissão composta por promotores de Justiça
para realizarem a análise do material.
Já o Ministério Público Federal no Amapá apresentou quatro denuncias
em 2014 referentes a Mãos Limpas, uma delas envolvendo Waldez Góes. Em
março o ex-governador e mais 11 foram denunciados por peculato, associação criminosa e fraudes em licitações.
Os crimes ocorreram na Secretaria de Justiça e Segurança Pública entre
2007 e 2010. O valor atualizado do dano aos cofres públicos é de R$6
milhões.
Como ninguém foi julgado sequer em primeira instância, alguns dos
envolvidos nos supostos esquemas de desvio de verbas públicas são
candidatos nas eleições de outubro próximo, alegando que nada foi
provado e que tudo não passou de armação e perseguição política contra
eles. É o caso, por exemplo, do ex-governador Waldez Góes e a esposa,
deputada estadual Marília Góes, ambos do PDT.
Em setembro de 2010, durante as eleições, Waldez Góes, Marília Góes, o
então governador do Estado Pedro Paulo Dias, o presidente do Tribunal
de Contas do Estado Júlio Miranda e outras 14 pessoas foram presas na
Operação Mãos Limpas, da Polícia Federal, que apurou o desvio de R$ 300
milhões em repasses da União para a Secretaria da Educação do Amapá.
Na
época, a PF identificou desvios de recursos em diversos órgãos públicos
do Amapá, como o Tribunal de Contas, a Assembleia Legislativa e as
secretarias de Saúde e de Justiça.
Por conta dos desvios e dívidas
contraídas, o Estado tinha em 2011 um déficit equivalente ao seu Produto
Interno Bruto, cerca de R$ 1,7 bilhões.
https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=5PNM9DjcLzU
Domiciano Gomes do Amapá 247
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