Mãos Limpas: Dizendo-se perseguido, Waldez ofendeu o STJ, a PF e o MPF; processo segue

Nas entrevistas, durante o processo eleitoral, o então candidato Waldez Góes tinha uma resposta pronta para a pergunta sobre os processos que responde por improbidade administrativa e outros crimes: 'sou vítima de perseguição'. Como a operação 'Mãos Limpas' foi conduzida pela Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), eram essas instituições que o candidato pedetista estava acusando.

Se essa estratégia de marketing funcionou junto ao eleitorado amapaense – sua eleição confirma isso –, foi um tiro no pé em relação às instituições federais que combatem a corrupção na administração pública.

O caso do pedetista se assemelha com o do ex-governador de Brasília, José Roberto Arruda (PR/DF), que teve pedido negado, pelo STJ, do recurso especial apresentado por sua defesa para tentar derrubar uma condenação por improbidade administrativa, que o tornou inelegível. Arruda foi obrigado a renunciar à sua candidatura ao governo do DF em pleno processo eleitoral. 

Vale lembrar que Waldez Góes também já foi condenado por improbidade administrativa, no caso dos escândalos dos consignados, embora não tenha sido por um colegiado de juízes, por isso não foi impedido de concorrer ao pleito.

A diferença do caso de Waldez é que ele responde não só a um processo como Arruda, mas a várias ações decorrentes da operação 'Mãos Limpas'. Com as críticas de parcialidade dirigidas ao STJ, o governador eleito não contará com bons humores dos magistrados em relação ao seu caso. Antes ou depois da posse, a probabilidade do pedetista seguir pelo mesmo caminho de Arruda é muito grande.

Redação MZ | Amapá 247