O Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão que obriga a mineradora Anglo American a pagar indenização por danos morais à mãe de um operário desaparecido desde o desabamento do porto que a empresa ocupava em Santana, no Amapá, em março de 2013.
A multinacional entrou com recurso para não ser condenada no processo,
por alegar que o trabalhador Maiko Clay Carvalho da Silva trabalhava
para uma prestadora de serviços vinculada à Zamin Ferrous, mineradora
que administrava o porto na época.
Em nota, a Anglo informa que não foi notificada da decisão. A empresa reforça que a família recebeu toda à assistência devida.
O processo é de 2016 e a mãe do operário pedia o valor, à época, de 600
salários mínimos, cerca de R$ 472 mil. Na Justiça do Amapá, a
indenização foi reduzida e fixada em R$ 222 mil.
A Anglo recorreu anteriormente e o valor caiu para R$ 38 mil. A
mineradora não pagou e anexou ao processo vários recursos alegando que,
depois do acidente, o porto foi transferido para a Zamin e que as duas
não pertencem ao mesmo grupo econômico.
Além disso, a Anglo alegou que não foi notificada para apresentar
defesa, o que não foi aceito pela Justiça do Amapá. A mineradora
recorreu, mas a sentença foi mantida pela ministra Maria Thereza de
Assis, do STJ.
Desabamento de porto
A mineradora sempre negou a responsabilidade no acidente,
atribuindo o fato a fenômenos da natureza, e que cumpriu o limite de
carga estabelecido no porto. Quatro funcionários morreram e dois nunca
foram encontrados, entre eles, Maiko Clay Carvalho.
O desabamento no porto em Santana aconteceu na madrugada de 28 de março
de 2013. À época, a estrutura pertencia à mineradora Anglo American.
Caminhões, guindastes e minérios foram arrastados para dentro do rio
Amazonas.
Após o acidente, a Anglo anunciou em setembro de 2013 a venda das minas
de ferro no Amapá por 136 milhões de dólares para a Zamin.
A Polícia do Amapá informou, à época, que a falta de estrutura adequada
junto à margem do terminal portuário foi a principal causa do
desmoronamento. No local, a empresa armazenava milhares de toneladas de
minério de ferro.
Fonte: G1 Amapá
Fonte: G1 Amapá
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