Pegos com a boca na botija,
deputados estaduais tramam estratégia para desviar a atenção da opinião
pública sobre as acusações de irregularidades no uso de verba pública;
Pelo jornal que presta serviços para a Casa, alguns parlamentares
anunciaram que iriam convocar a secretária de Inclusão e Mobilização
Social e primeira-dama do Estado, Cláudia Camargo Capiberibe, para
prestar esclarecimentos a respeito da denúncia do servidor Bruno no
processo policial que investiga o suborno de funcionários públicos para
aferirem vantagens em contratos com o governo realizado pelo empresário
Luciano Marba
O estranho
dessa ameaça de convocação da primeira-dama é que o fato gerador dela
não consta de nenhum processo investigativo, nem do Ministério Público
nem das polícias Civil ou Federal, ou seja, o que suas excelências
querem é desviar o foco da opinião pública sobre os processos nos quais
são investigados e, ao mesmo tempo, reforçar a estratégia da defesa dos
acusados de corrupção do caso LMS, que tenta fazer de Marba, que
responde até por suspeita de homicídio, a vítima da história - diga-se
de passagem, uma historinha difícil de engolir. Sintetizando: trata-se
de uma vindita política.
Essa estratégia midiática dos
deputados foi tramada logo após a deflagração da Campanha pela Redução,
pela metade, do orçamento da Assembleia Legislativa, que aconteceu no
sábado, 17, na sede do PSB, e que teve o apoio do PT, PCdoB, Psol e Rede
de Sustentabilidade.
Segundo fonte que pediu para não
ser identificada, foi realizada uma reunião que contou com a
participação de vários parlamentares e, lá, o argumento que prevaleceu
para a decisão de chamar Cláudia Capiberibe à roda foi que, em ano
eleitoral e com o desgaste na opinião pública nas alturas, manter os
mesmos recursos financeiros que já recebem é fundamental para a
sobrevivência políticas de cada um.
As acusações que pesam sobre os parlamentares são gravíssimas. Com se
não bastasse terem verbas de gabinete e diárias de viagem altíssimas,
totalmente incompatíveis com as condições financeiras de um Estado
pobre, eles ainda fraudavam as prestações de contas a fim de obter o
máximo possível dos recursos públicos recebidos, segundo denúncias
apontadas pelo MPE. Se escaparem da Justiça, dificilmente escaparão da
degola pelo voto popular.
Sérgio Santos do MZ
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