domingo, 11 de maio de 2014

Ministério Público denuncia empresário por corrupção

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O Ministério Público do Estado do Amapá (MP-AP), por meio da Promotoria de Justiça de Investigações Cíveis, Criminais e Defesa da Ordem Tributária (PICC), deu entrada nessa sexta-feira, 9, em duas denúncias contra o empresário Luciano Marba Silva, sócio majoritário da empresa LMS – Vigilância a Segurança Privada Ltda.

As denúncias são decorrentes de filmes apreendidos, no dia 23 de outubro de 2013, por ocasião das buscas realizadas na casa de Luciano Marba e na sede da empresa LMS.


No primeiro vídeo, filmado pelo próprio empresário, no fim de maio de 2011, Marba aparece entregando R$ 100 mil para Edilberto Pontes Silva, esposo da então secretária de educação do estado, Miriam Alves Correa Silva, para tentar impedir que o governo do Amapá colocasse em prática da Secretaria de Estado da Educação (Seed), que previa economia de R$ 800 mil, por mês, com a contratação dos serviços de vigilância nas escolas, o que implicaria na não renovação do contrato com a LMS.


No outro filme, também feito por Luciano Marba, em fevereiro de 2012, durante o procedimento licitatório da Seed para contratação de serviços de vigilância das escolas da rede estadual, ele aparece entregando R$ 15 mil para Bruno da Costa Nascimento, assessor jurídico da Comissão Especial de Licitação da secretaria. Neste filme, o empresário, juntamente com o sócio de sua empresa, Admar Barbosa da Silva, negociam com Bruno Nascimento a alteração de cláusulas do edital, objetivando favorecer a LMS e, ainda, a necessidade do presidente da CPL, Eliomar Sosinho Ribeiro, rejeitar um recurso apresentando pela empresa Vigex – Vigilância e Segurança Privada Ltda.

No primeiro caso, os vídeos foram utilizados por Cleobernaldo Ribeiro Leite, que além de Policial Civil, trabalha na LMS, para a prática de extorsão contra os funcionários públicos filmados. As filmagens descritas pelo MP-AP são mostradas neste domingo no programa Fantástico (Rede Globo) em matéria bombástica sobre corrupção em licitações do governo do estado.

Para os promotores de justiça responsáveis pelas investigações, Luciano Marba Silva praticou, como autor ou co-autor, vários crimes dentre os quais: corrupção ativa, corrupção passiva, extorsão, afastar interessados à licitação e formação de quadrilha.

Marba faz mistério sobre origem das filmagens que a Globo exibe hoje
“Por que não tomaram esta decisão em ou-tubro, quando eles já tinham isso, e fazem só agora, depois do Fantástico anunciar que vai colocar no ar?” Assim o empresário Luciano Marba reagiu, ontem, ao saber que o Ministério Público do Amapá na sexta-feira entrara na Justiça com ação contra ele, acusando-o de vários crimes, entre os quais, o de corrupção.

termo “isso”, citado por Marba em suas decla-rações, refere-se às filmagens que ele fez dando di-nheiro para pessoas do governo do estado com o propósito de garantir a permanência do contrato da LMS - Vigilância e Segurança Privada nos serviços de segurança do setor de educação do Amapá.

Disse que fez as filmagens porque já estava cansado da pressão de gente do governo querer extorqui-lo. “Já não aguentava mais, e então comecei a gravar tudo. Essa coisa aconteceu porque os empresários do Amapá estão cansados dessa pressão do governo em querer propina pra tudo”, denunciou Marba.

O dono da LMS disse que começou a gravar a extorsão de iniciativa da então secretária esta-dual de educação, Miriam Alves Corrêa Silva, o que levou à exoneração dela. “Depois veio um assessor com o recado de que eu desse alguma coisa para não atrapalhar o prosseguimento do meu trabalho”, disse o empresário de vigilância e segurança.

Marba disse que não atendeu à exigência e que por isso “armaram” a prisão dele pela Polícia Federal com a finalidade primeira de pegar os vídeos que fizera sobre pagamento de propina. “Eles conseguiram pegar os originais das gravações, mas eu tinha as cópias e então comecei a distribuir pra todo mundo”, revelou Luciano Marba.

Foi o senhor quem deu as gravações para a Globo lançar no Fantástico, neste domingo?”, perguntou o repórter do Diário do Amapá.
“Calma. Deixa sair a matéria pra depois se saber quem entregou”, respondeu o empresário Luciano Marba, informando que estava em Brasília, e que ao chegar nesta segunda-feira, em Macapá, vai falar tudo.

do Diário do Amapá

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