segunda-feira, 20 de abril de 2015

Menina que teria sido vendida para idoso relatou abuso sexual, diz polícia

A menina de 10 anos que teria sido comprada em Macapá pelo aposentado Augusto Gomes Tavares, de 69 anos, contou à polícia que teria sido assediada e abusada sexualmente pelo idoso, conforme disse a delegada Joseane Carvalho, da Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DCCM). A afirmação ocorre após os resultados dos primeiros exames apontarem negativo para conjunção carnal.
O suspeito foi preso no dia 9 de abril, quando foi flagrado com a menina em um barco no porto do Canal das Pedrinhas, Zona Sul de Macapá. O idoso estaria embarcando para a comunidade de Salvadorzinho, no Pará. Ele teria comprado a criança por R$ 6 mil, dos quais R$ 4 mil já estariam com a mãe e com o padrasto da garota.

 “O suspeito disse que não iria estuprar e que iria levar a menina para estudar, mas isso não existe, pois, nos relatos da vítima ela informou que houve os atos libidinosos durante um período que eles ficaram sozinhos. Vale ressaltar que os atos libidinosos consistem, por exemplo, em um beijo ou qualquer contato que não deixe vestígios, como um sexo oral. E, realmente, isso não tem como um exame detectar”, falou a delegada.

O idoso foi preso, mas está em liberdade. Ele foi indiciado pelos crimes de tráfico humano e estupro de vulnerável. Além dele, a mãe da menina e o padrasto dela foram indiciados por tráfico humano. A criança, que não é alfabetizada, foi encaminhada para um abrigo e permanece sob os cuidados da Justiça.

A advogada de Augusto Tavares, Miriam Correa, disse que o cliente deu o dinheiro à família como uma “contra resposta” por ter levado a criança, e que o valor era para a construção de um quarto na casa da família aonde ele iria se hospedar durante as vindas de Salvadorzinho para Macapá, onde recebe o dinheiro da aposentadoria.

“Quando ele vem da região onde mora fica na casa desse sobrinho [padrasto da menina] e, como ficava na dependência dele, em Macapá, ele geralmente, em resposta, ajudava o sobrinho, na construção da casa, nos alimentos, mas não disse que iria comprar a criança para ajudar ele. Tanto que a mãe falou que foi na Secretaria de Educação [Seed] e não consegue vaga desde o ano passado, e ela recorreu ao senhor Augusto, que é de confiança”, disse Miriam.

A advogada acrescentou que os dois, o idoso e a menina, morariam em Salvadorzinho ao lado da casa da ex-mulher do aposentado, de quem ele teria se separado recentemente e com a qual mantinha boa relação, segundo Miriam. Ela diz não saber a origem da denúncia de tráfico humano. O inquérito foi concluído e enviado ao Ministério Público Estadual.

G1 Amapá


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