quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Polícia Militar agora pode cobrar alvará, notificar e fechar bares, casas noturnas e shows em Macapá

Um Termo de Cooperação Técnica assinado entre o governo do Estado e a Prefeitura de Macapá vai permitir que a Polícia Militar passe a fazer, de forma independente, fiscalizações administrativas em estabelecimentos comerciais da capital amapaense.

Na prática, o mecanismo vai dar atribuições legais para que os agentes militares possam cobrar de donos de bares, boates, restaurantes, e organizadores de eventos públicos e shows, documentação de regularidade e funcionamento - atividades que antes eram somente de competência de órgãos do município. A cooperação também legaliza a fiscalização militar sobre os empreendedores individuais, principalmente os ambulantes vendedores de bebida alcoólica - geralmente acondicionada em isopores sobre carrinhos.

A parceria foi oficializada na noite desta quarta-feira, 23, no Palácio Laurindo Banha, sede do Executivo municipal. Além do secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, Gastão Calandrini - que representou o governador Waldez Góes na solenidade -, assinaram o termo de cooperação o comandante geral da PM, coronel Carlos Corrêa, o prefeito Clécio Luís, e os secretários municipais de Finanças, Jesus Vidal, e de Desenvolvimento Urbano e Habitacional, Edvan Barros.

A partir de agora a PM também poderá exigir que os proprietários fechem as portas dos estabelecimentos em cumprimento ao horário de funcionamento. A lei municipal em vigência determina que os empreendimentos noturnos fiquem abertos somente até as 24h (meia-noite), de domingo a quinta-feira. Nos outros dias, eles devem funcionar apenas até 4h.

"Além do horário, alvarás e outras certidões poderão ser cobradas pela polícia. Esta é uma ação de integração de segurança pública com o município que vai incidir diretamente na melhoria da tranquilidade da população. Os agentes da prefeitura não podem estar presentes toda madrugada, mas a PM tem um trabalho ostensivo 24 horas por dia e qualquer militar poderá fazer a fiscalização administrativa agora", avaliou o secretário Calandrini.

O comandante da PM disse que a medida visa reduzir os índices de violência, sobretudo, nos fins de semana, quando os crimes de poluição sonora, agressões, perturbação do sossego e os acidentes de trânsito lideram as ocorrências atendidas pela polícia. Segundo ele, estas incidências surgem, na grande maioria, do excesso de consumo de bebida alcoólica no fim de semana.

"Estas ocorrências giram sempre em torno de um estabelecimento que não era para estar aberto, seja por funcionamento fora de hora ou por documentação irregular. Antes, somente os agentes da prefeitura podiam cobrar estes aspectos, mas agora a polícia também poderá", explicou o coronel Carlos Corrêa.

Presidente da associação de moradores do bairro Santa Inês, um dos mais afetados pela poluição sonora madruga a dentro, Ivaldo Souza aprovou a iniciativa. "Parece ser eficaz, pois na orla do Santa Inês o problema são os veículos com som alto e muitos deles vão para ali alimentados de bebida alcoólica pelos ambulantes e bares fora de hora", observou o líder do bairro.

O representante dos empresários também concordou com a nova ferramenta de fiscalização. Presidente do Sindicato dos Donos de Bares, Boates e Restaurantes de Macapá, Gilmar Marra, frisou que o bom senso, sem prejuízo aos empreendedores, deve prevalecer. "O setor não quer ficar na ilegalidade, quem é legalizado quer colaborar com o cumprimento das leis. Por isto, estamos à disposição par ajudar com as autoridades", afirmou.

Nos próximos dias, os fiscais da prefeitura darão instrução a uma turma de militares sobre os procedimentos de notificação e verificação de documentos de estabelecimentos comerciais.

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