quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Em Belém, 19 voos foram cancelados em três dias

A TAM Linhas Aéreas, através de nota, esclareceu ontem que os voos programados para o último domingo no Aeroporto Internacional de Belém não foram cancelados exclusivamente por uma determinação da companhia. A decisão, segundo a companhia, se baseia em um documento expedido em 18 de janeiro pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), “que proíbe as operações no aeroporto de Belém em caso de chuva forte ou moderada”.

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) em Brasília informou que de domingo até as 20h de ontem ocorreram 19 cancelamentos de voos, de um total de 166 partidas programadas para o aeroporto de Belém. 

Tudo ainda por conta da condição ruim da pista principal do Aeroporto Internacional de Belém para pousos e decolagens em ocasiões de fortes chuvas. Somente ontem, mais três voos da TAM foi cancelados até esse horário.

Apesar de a TAM dividir a responsabilidade do cancelamento dos voos com o controle de espaço aéreo, a Infraero informou ainda no domingo que a decisão de não voar por causa das chuvas não partiu do órgão e que seria uma decisão única e exclusiva das empresas que operam no aeroporto. “A responsabilidade de lidar com os transtornos causados aos passageiros são das empresas”, informou o órgão.

Nas situações onde a pista principal ficar impossibilitada de fazer pousos e decolagens, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinou que a pista auxiliar do aeroporto fosse utilizada, o que não vem sendo feito pelas empresas aéreas, ocasionando muitas dores-de-cabeça e transtornos a centenas de passageiros que precisam se locomover.
No último dia 21, o procurador da República Bruno Soares Valente instaurou inquérito civil público para apurar os possíveis prejuízos aos consumidores com o grande número de cancelamentos e atrasos de voos no aeroporto de Belém. 

Avaliação

Entre outros pontos, serão avaliadas questões como o cumprimento de normas que preveem alimentação, acomodação e outros itens aos passageiros quando houver atraso ou cancelamento das partidas, bem como a estrutura disponibilizada pela empresa para organizar o atendimento aos passageiros no aeroporto.

Em dezembro passado, a Infraero concluiu os serviços de revitalização da pista principal de pousos e decolagens do Aeroporto Internacional de Belém/Val-de-Cans-Júlio Cezar Ribeiro (PA). A obra custou R$ 5,6 milhões. 

Houve recapeamento (troca de asfalto) e revitalização do pavimento, restauração e execução da nova sinalização horizontal (pintura) da pista. O problema é que, desde a conclusão das obras, a segurança da pista vem sendo questionada. As inspeções constataram que a pista acumula água em excesso, que se mistura ao óleo liberado pelo asfalto, tornando-a extremamente escorregadia. Além disso, pilotos relatam que, após as chuvas, poças d’águas atrapalham pousos e decolagens.


(Diário do Pará)

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