Investigação aponta que desaparecidos foram mesmo assassinados dentro de aldeia na Reserva Tenharim
A Polícia Federal de Rondônia ainda não encontrou os corpos dos três homens desaparecidos na BR 230 (Transamazônica), em Humaitá, próximo à Reserva Tenharim no dia 16 de dezembro. No entanto, em nota à imprensa, a PF confirma que as investigações apontam para a ocorrência de homicídio praticado dentro de uma das aldeias e posterior ocultação dos cadáveres. Cinco indígenas da etnia tenharim foram presos temporariamente na quinta-feira (30) suspeitos de envolvimento no caso.
A Polícia Federal instaurou inquéritos policiais para apurar o desaparecimento e destruição do patrimônio público da Fundação Nacional do Índio (Funai). Na investigação, foram ouvidas diversas testemunhas, entre indígenas e não indígenas, além da utilização de cães farejadores para localização de cadáveres. Durante as investigações o superintendente da Polícia Federal de Rondônia, Carlos Gaya disse que uma provável motivação para o desaparecimentos dos três homens seria a morte do cacique Ivan Tenharim no início de dezembro.
As investigações sobre o desaparecimento são realizadas por uma força-tarefa que envolve a PF, Força Nacional de Segurança Pública, Polícia Rodoviária
Federal e Exército. Conforme a nota dos agentes federais, "a equipe percorreu aproximadamente 270 hectares e encontrou, no interior da terra indígena, peças do veículo ocupado pelos desaparecidos". As peças encontradas foram encaminhadas para perícia técnica. Equipamentos de rastreamento de peças metálicas são utilizados para descobrir se outras partes do veículo estão escondidas.
Os trabalhos de Polícia Judiciária prosseguem até a apresentação do relatório final do inquérito policial. No último dia 30 de janeiro, cinco indígenas - entre eles estão filhos do cacique Ivan Tenharim - foram detidos conforme mandado expedidos pela Justiça Federal do Estado do Amazonas. As prisões ocorreram entre o km 100 e 150 da Transamazônica.
Repercussão
O desaparecimento dos três homens - o funcionário de uma distribuidora de energia, Aldeney Ribeiro Salvador, o professor Stef Pinheiro e o vendedor Luciano da Conceição Moraes Freire - provocou manifestações em Humaitá. Familiares e a população local incendiaram o prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), as duas sedes das Organizações Indígenas Tenharin e Parintintin, além de barcos, carros e motocicletas.
(Portal Amazônia)
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