domingo, 11 de maio de 2014

Aos 108 anos, mulher mais velha do AP sonha rever filho desaparecido

Primogênito desapareceu em 1959, no município de Chaves, no Pará.
Idosa afirma que reencontro seria o melhor presente para o Dia das Mães.

Raimundo Golçalves está desaparecido desde 1959 (Foto: Dyepeson Martins/AP)
  Aos 108 anos, Estela Gonçalves Maciel é a mulher mais velha do Amapá. Mãe de cinco mulheres e três homens, ela diz que sonha rever o filho primogênito, Raimundo Gonçalves, desaparecido desde 1959. Segundo a idosa, o reencontro seria o melhor presente para o Dia das Mães, celebrado neste domingo (11).
Estela Golçalves Maciel, nasceu em 1906, no Pará (Foto: Dyepeson Martins/G1) 
Estela Golçalves Maciel nasceu em 1906, no Pará
(Foto:G1)
O filho completaria 75 anos em 2014. Segundo a família, ele desapareceu após engravidar uma jovem no município de Chaves, interior do Pará, onde morava com os pais. Segurando forte a única foto que restou do primogênito, a idosa mostrou-se angustiada ao lembrar do sumiço.
A filha caçula de Estela, Valdete Gonçalves, de 42 anos, conta que em 2004 a mãe recebeu a notícia de que Raimundo estaria morando na cidade de Santarém, no Pará, mas por causa da idade avançada ela não teve como procurá-lo.
Valdete Golçaves, de 42 anos, é a filha caçula da idosa (Foto: Dyepeson Martins/G1) 
Valdete Golçaves, de 42 anos, é a filha caçula da
idosa (Foto: Dyepeson Martins/G1)

“Um primo meu nos falou que o meu irmão poderia estar em Santarém. Ele também chegou a falar que o Raimundo conseguiu vencer na vida e já tinha formado família na cidade onde estava morando. Mas aí minha mãe começou a chorar muito e disse: ‘meu filho deve achar que eu já estou morta’. Desde aí evitamos tocar nesse assunto”, relatou.

No dia 25 de abril, Estela perdeu o genro Genásio Dantas, que morreu aos 55 anos após um Acidente Vascular Cerebral (AVC). “Foi um grande choque para todos nós. Ele era meu marido e minha mãe era muito apegada a ele. Com certeza reencontrar meu irmão ajudaria a melhorar as coisas”, comentou a filha caçula, emocionada ao falar da morte do companheiro.
A mulher mais velha do Amapá pouco se comunica e tem dificuldades para andar. Há dias ela está sem poder ir para a frente da casa onde mora, no bairro Cidade Nova I, Zona Leste da capital, porque não tem uma cadeira de rodas para se locomover.
Idosa sempre trabalhou na agricultora e se aposentou aos 60 anos (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal) 
Idosa sempre trabalhou na agricultora e se aposentou aos 60 anos (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)
“Minha mãe sempre foi muito calada e ao mesmo tempo muito agitada. Ela sempre ficava feliz ao ir para a igreja, mas agora fica mais difícil por causa da cadeira de rodas e da idade avançada. Fala mais ‘sim’ e ‘não’, mas ainda conversa quando o assunto a agrada. A maioria dos filhos mora no interior e não tem muitas oportunidades de visitar a mamãe. Mesmo assim, sabemos que o maior desejo dela é ver a família toda reunida”, finaliza Valdete Gonçalves.

Vida
Estela Gonçalves Maciel nasceu em 20 de dezembro de 1906, no município paraense de Chaves. Ela tem mais de 30 netos e foi casada uma única vez. O esposo morreu aos 68 anos. Após a morte, ela e os filhos vieram para Macapá. A idosa sempre sustentou a família com o dinheiro tirado da agricultura, mas aos 60 anos largou o ofício e se aposentou.


G1 AP

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisa mostra que setor industrial representa aproximadamente 12% do PIB do Amapá

  Para marcar o Dia da Indústria, celebrado nesta terça-feira, 25 de maio, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou pesquisa qu...