terça-feira, 13 de maio de 2014

Macapá vive dia tenso após matéria exibida no Fantástico sobre corrupção

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Um dia após a exibição da matéria do Fantástico, que foi ao ar na noite de domingo, 11, e que denunciou uma série de escândalos envolvendo dinheiro público no Amapá, manifestações ganharam as ruas e redes sociais. A segunda-feira foi tensa, principalmente na capital.

O reflexo das denúncias envolvendo deputados estaduais repercutiu no plenário da AL que funcionou timidamente no dia de ontem. Poucos parlamentares compareceram à Assembleia Legislativa, onde um grupo de manifestantes permaneceu boa parte da manhã.

Entre os deputados, Aguinaldo Balieiro (PSB), que protagonizou capítulo negativo na matéria ao falar sobre falsificação de notas fiscais, emitiu nota afirmando que jamais usou desse ou outro artifício para obter vantagens, e que a prestação de contas dele é feita por sua assessoria. Balieiro afirmou ainda que já determinou instauração de uma auditoria interna para apurar o caso.
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No Executivo o dia também foi marcado por diversas reuniões. O escândalo envolvendo o contrato milionário na área de segurança privada fez com que várias reuniões fossem realizadas durante o dia, mas, à portas fechadas, sem a presença da imprensa. O governo disse apenas que está tomando pé das denúncias para poder se posicionar.

Governistas e oposicionistas usaram as redes sociais para comentar a matéria exibida, sendo que em muitos casos as acusações extra-polaram os limites da sensatez, se tornando ataques pessoais.

Defesa de Marba diz que ele foi extorquido e que empresário não é corruptor
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O principal foco da matéria exibida pelo Fantástico foi o contrato milionário da área de segurança privada, cujos valores são superiores a R$ 40 milhões por ano. Na matéria, o empresário Luciano Marba, sócio majoritário da empresa LMS, aparece entregando dinheiro a agentes públicos que, segundo o Ministério Público do Estado, entre outros, configura o crime de corrupção ativa.

As gravações em que o empresário aparece fazendo a entrega de dinheiro ao ex-assessor da Secretaria de Estado da Educação (Seed), advogado Bruno da Costa Nascimento, no valor de R$ 15 mil, e ao marido da ex-secretária de Educação, Miriam Correa, Ediberto Pontes Silva, no valor de R$ 100 mil, são provas incontestes do crime, segundo o MP.

Ontem o advogado Maurício Pereira, que compõe a banca de defesa do empresário, afirmou, durante coletiva, que Luciano fez as gravações para se proteger de um esquema de extorsão que vinha ocorrendo desde 2009.

“Ele [Marba] vinha sofrendo extorsão desde aquele ano. Cansado de ser extorquido, Marba resolveu gravar as ações que foram entregues posteriormente à Polícia Federal. Em 2009 o empresário procurou a PF para denunciar uma série de crimes que resultaram na deflagração da Operação Mãos Limpas”, assegurou Maurício.

O advogado de defesa foi categórico ao afirmar que o suposto esquema de extorsão tinha como mentora a primeira-dama e secretária de Inclusão e Mobilização Social Cláudia Camargo Capiberibe. “Houve uma orquestração para extorquir o empresário, e, ao mesmo tempo, fazer uma manobra para que ele perdesse o contrato. Com isso, o governo abriria um contrato emergencial, com uma empresa ligada a “terceiros” que beneficiaria o grupo. É uma questão política”, disse Maurício.

Pereira ainda questionou o porquê de a primeira-dama não haver sido inserida na denúncia ofertada. “A ex-secretária não aparece nas imagens das gravações, e foi só referida. Ela [Mirian] foi denunciada. A senhora Claudia Capiberibe,não aparece nas imagens, mas também é referida, e mesmo assim não foi inclusa no processo. E sabe por quê? porque a primeira-dama está envolta num manto amarelo”, afirma.

O advogado declarou ter ingressado com três pedidos de Habeas Corpus preventivos após saber que o Ministério Público do Estado teria representado por nova prisão do empresário Luciano Marba.

Diário do Amapá

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