A Embrapa concluiu duas pesquisas previstas na cooperação técnica com o
Governo do Estado do Amapá para contribuir com o Zoneamento
Ecológico-Econômico (ZEE) do Cerrado do Amapá, uma das últimas
fronteiras de expansão agrícola do Brasil; Os estudos resultaram no
mapeamento da aptidão agrícola dos solos do Cerrado amapaense; A outra
contribuição é uma publicação que detalha uma proposta para uso
agropecuário mais sustentável do Cerrado amapaense
Os resultados do trabalho "Mapeamento de Solos e Aptidão Agrícola do
Cerrado do Amapá" serão entregues pelo pesquisador Adriano Venturieri,
chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental (Pará), ao governador do Amapá
na manhã desta terça-feira, 15, na sede do Executivo Estadual, em Macapá
(AP).
Neste mesmo dia, no horário das 15h às 17h, Adriano Venturieri
apresentará os dados da pesquisa durante uma palestra, no auditório da
Embrapa Amapá, para todos os interessados no assunto.
A aptidão agrícola é o que determina a vocação natural da terra para
determinadas atividades agropecuárias, sempre levando em conta o meio
ambiente. Assim, evita-se, por exemplo, que os produtores cultivem grãos
em uma área considerada naturalmente inadequada.
De acordo com o chefe
de Transferência de Tecnologia da Embrapa Amapá, Nagib Jorge Melém
Junior, a aptidão agrícola considera cinco fatores para recomendar ou
não a utilização das terras: eficiência da fertilidade, deficiência de
água, excesso de água, risco de erosão e impedimentos à mecanização.
Esta segunda publicação está disponível no portal da Embrapa para download: http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/989592
Critérios para uso do Cerrado amapaense são indicados em publicação técnica
A publicação intitulada "Proposta de ocupação e uso agropecuário mais
sustentável do Cerrado amapaense: princípios, critérios e indicadores
técnicos" é resultado do detalhamento das pesquisas sobre solos e
aptidão agrícola, de autoria do pesquisador Luiz Wagner Rodrigues Alves e
do analista Gustavo Spadotti Amaral Castro. O trabalho é direcionado
para o segmento de produção de grãos, apresentando as contribuições para
o ordenamento da atividade agrícola do Cerrado amapaense.
A publicação traz um breve histórico da ocupação do Cerrado
brasileiro, aborda questões do Cerrado amapaense, as boas práticas
agropecuárias, a importância de se fazer avaliação de impacto social e a
avaliação de aspectos ambientais e ainda ressalta a legislação na
questão de relações e condições de trabalho.
Os autores destacam que a
região do Cerrado é estratégica para o desenvolvimento do Estado do
Amapá, que apresenta potencial para crescimento econômico e redução do
risco de insegurança alimentar. Além disso, a pesquisa indica a
necessidade de sustentabilidade na produção agrícola com a participação
das comunidades rurais.
"O grande potencial de produção de grãos e a
posição estratégica do bioma Cerrado no Estado do Amapá facilitam o
escoamento da produção, garantindo competitividade à produção agrícola
amapaense", afirma o analista Gustavo Castro.
Os princípios e critérios de produção agrícola sustentável no Cerrado
amapaense se baseiam no cumprimento das leis nacionais vigentes, boas
práticas agrícolas, relações harmônicas com a comunidade e os aspectos
ambientais devem ser respeitados para que a fase de transição da
ocupação do Cerrado seja o menos traumática possível, contribuindo para a
preservação dos recursos naturais e culturais.
ZEE do Cerrado do Amapá
O ZEE do Cerrado do Amapá é um estudo que vai definir a vocação
econômica de toda a área do Cerrado amapaense. Portanto, servirá de
instrumento para licenciamentos e investimentos do Governo do Estado,
dos produtores, dos órgãos de pesquisas e outros segmentos da cadeia
produtiva. Para ter força de lei, é preciso o Executivo Estadual
enviá-lo à Assembleia Legislativa do Estado do Amapá. O ZEE está sendo
feito por um Grupo de Trabalho.
A coordenação dos trabalhos é da
Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (Setec) e Instituto Estadual
de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), com
participação de outros órgãos.
Amapá 247
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