O juiz João Bosco concedeu a liminar nesta quarta-feira (19), em
Macapá, e no resumo da decisão, a conta fica para a Assembleia
Legislativa do Estado (Alap).
A ação popular, com pedido de Medida Liminar, protocolada na Justiça
Federal do Amapá na sexta-feira (14), pedia a suspensão do reajuste
médio de 5,35% na tarifa de energia elétrica do Estado, autorizado
semana passada pela Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A Ação
foi protocolada pelo senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) que usou
fortes argumentos para justificar a Ação.
A Petição solicitava, entre outras coisas, que o custo desse reajuste
seja retirado do orçamento da Assembleia do Amapá, que falhou em
fiscalizar as contas da CEA. “Se tem pra auxílio-paletó, tem pra pagar
despesas resultantes da ineficiência da máquina pública! Passar a conta
ao consumidor é pedir para que continuem a negligenciar seu dever de
fiscalizar e empregar com prudência o do contribuinte”, disse Randolfe.
Para o senador, se os deputados não sentirem no bolso o custo dessa
má gestão da CEA, sempre repassando a conta pro consumidor, nunca vão
tomar providências para a melhoria do sistema de distribuição.
A ação de Randolfe pedia ainda que o reajuste fosse suspenso até que a
CEA corrigisse as deficiências de gestão operacional “43% de tudo que o
Amapá consome, estão sendo desperdiçados em “gatos”. Randolfe também
pediu, na Ação, que a Companhia apresente um plano de contingência para
corrigir as deficiências em até 120 dias.
Segundo o senador, esse reajuste tinha a ver com desvios e
fornecimento clandestino de energia e com despesas com supersalários
pagos pela Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) “Essas despesas não
deveriam integrar a base de cálculo da tarifa, em vez de repassar às
famílias o custo da incompetência gerencial e das mordomias da estatal, a
Aneel deveria cumprir sua missão de proporcionar condições favoráveis
para que o mercado de energia elétrica se desenvolva com equilíbrio
entre os agentes e em benefício da sociedade”.
O Amapá é um estado-produtor de energia e, contraditoriamente, após a
incorporação do Linhão de Tucuruí ao sistema da CEA-Eletronorte,
passou-se da menor taxa de energia elétrica do País para uma das mais
caras.
Nota Técnica elaborada pela Aneel dá conta de que 58,79% das perdas
da rede de distribuição são do tipo “não técnica”, ou seja, dizem
respeito estritamente à dimensão da ineficiência da CEA, sobretudo os
chamados “gatos” (furtos de energia elétrica).
Outras ações
Em Brasília, Randolfe já teve outras duas iniciativas contra o alto
valor da tarifa de energia elétrica do Amapá. Na semana passada,
protocolou um Projeto de Lei que visa facilitar o acesso a tarifa social
de energia.
Na prática, isso quer dizer que consumidores de até 70 kwh/mês e que
sejam atendidos por programas sociais do governo, terão isenção no
pagamento da conta de luz. Outra proposta é o Projeto de Lei 390/2018
que não permite que estados exportadores de energia sejam alcançados
pela bandeira vermelha, também já protocolado no Senado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário