quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Justiça ordena reintegração de posse de área invadida por 200 famílias

Guilherme Silva desmontando barraco de madeira na Fazendinha, em Macapá
  Moradores que invadiram uma área em frente ao Parque de Exposições da Fazendinha, a 9 quilômetros de Macapá, receberam nesta quarta-feira (5) a ordem de reintegração de posse estabelecida pela Justiça para a quinta-feira (6). O terreno pertencente à prefeitura abriga atualmente cerca de 200 famílias que ergueram pequenos barracos com madeira e lonas plásticas.
Moradores de área invadida apreensivos com reintegração de posse em Macapá (Foto: John Pacheco/G1) 
Moradores de área invadida
(Foto: John Pacheco/G1)

Na manhã desta quarta-feira, embaixo de chuva, alguns moradores retiraram os materiais usados para a construção das casas. Leila Souza desfez o barraco onde morava com o filho e o neto de 2 anos.
"Somos esquecidos aqui, se alguém invadiu é porque precisa, meu filho necessita desse local. Sei que é uma área pública, mas tem que haver uma posição em relação a quem não tem onde morar. O jeito é sair daqui, já que foi anunciado que os tratores vão passar por cima das casas”, lamentou Leila, referindo-se à decisão judicial.
Barracos de madeira foram construídos em área da Prefeitura de Macapá (Foto: John Pacheco/G1) 
Barracos de madeira foram construídos em área da prefeitura de Macapá (Foto: John Pacheco/G1)

Guilherme Silva, de 23 anos, disse que ficou com medo de perder a madeira comprada para levantar a casa. Ele começou a desmontar o barraco instantes depois de tomar conhecimento da ordem de reitegração.
“Se eu construi tenho o direito de derrubar, não quero correr o risco de ser agredido por 'polícia' nenhuma. Mesmo precisando de um lugar para morar vou esperar por respostas das autoridades”, disse Silva, acrescentando que voltará a morar com o irmão.
Casas começaram a ser desmontadas nesta quarta-feira, 5 (Foto: John Pacheco/G1) 
Casas começaram a ser desmontadas nesta
quarta-feira, 5 (Foto: John Pacheco/G1)

Sobre a desocupação da área, Marta Barriga, titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Semduh), afirmou que há recursos destinados para a construção de um centro de convenções no terreno em questão. Ela acrescentou que as famílias necessitadas não serão desamparadas.

“Já fizemos um levantamento com todos os moradores dessa área e é nítido que muitas famílias não precisam dos lotes e ocuparam apenas para especulação de venda. Mas para aqueles que comprovadamente precisam de um teto haverá a inclusão no cadastro para recebimento do aluguel social”, frisou Marta.


John Pacheco

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