Guilherme Silva desmontando barraco de madeira na Fazendinha, em Macapá |
Moradores que invadiram uma área em frente ao Parque de Exposições da Fazendinha, a 9 quilômetros de Macapá,
receberam nesta quarta-feira (5) a ordem de reintegração de posse
estabelecida pela Justiça para a quinta-feira (6). O terreno pertencente
à prefeitura abriga atualmente cerca de 200 famílias que ergueram
pequenos barracos com madeira e lonas plásticas.
Moradores de área invadida
(Foto: John Pacheco/G1)
(Foto: John Pacheco/G1)
Na manhã desta quarta-feira, embaixo de chuva, alguns moradores
retiraram os materiais usados para a construção das casas. Leila Souza
desfez o barraco onde morava com o filho e o neto de 2 anos.
"Somos esquecidos aqui, se alguém invadiu é porque precisa, meu filho
necessita desse local. Sei que é uma área pública, mas tem que haver uma
posição em relação a quem não tem onde morar. O jeito é sair daqui, já
que foi anunciado que os tratores vão passar por cima das casas”,
lamentou Leila, referindo-se à decisão judicial.
Barracos de madeira foram construídos em área da prefeitura de Macapá (Foto: John Pacheco/G1)
Guilherme Silva, de 23 anos, disse que ficou com medo de perder a
madeira comprada para levantar a casa. Ele começou a desmontar o barraco
instantes depois de tomar conhecimento da ordem de reitegração.
“Se eu construi tenho o direito de derrubar, não quero correr o risco
de ser agredido por 'polícia' nenhuma. Mesmo precisando de um lugar para
morar vou esperar por respostas das autoridades”, disse Silva,
acrescentando que voltará a morar com o irmão.
Casas começaram a ser desmontadas nesta
quarta-feira, 5 (Foto: John Pacheco/G1)
quarta-feira, 5 (Foto: John Pacheco/G1)
Sobre a desocupação da área, Marta Barriga, titular da Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Semduh), afirmou que
há recursos destinados para a construção de um centro de convenções no
terreno em questão. Ela acrescentou que as famílias necessitadas não
serão desamparadas.
“Já fizemos um levantamento com todos os moradores dessa área e é
nítido que muitas famílias não precisam dos lotes e ocuparam apenas para
especulação de venda. Mas para aqueles que comprovadamente precisam de
um teto haverá a inclusão no cadastro para recebimento do aluguel
social”, frisou Marta.
John Pacheco
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