Mal de Parkinson: causas, sintomas e tratamentos da doença |
Entenda melhor essa doença degenerativa
A nova novela da TV Globo "Em Família" está, de fato, imitando a
vida. Isto porque, além dos temas recorrentemente tratados por Manoel
Carlos, como o alcoolismo e o preconceito, desta vez a história também
discutirá um tipo de doença comum em idosos.
Paulo José, de 76 anos, interpretará Benjamin, personagem da novela
com Mal de Parkinson, doença que faz parte da vida do ator há mais de 20
anos. Na trama, o idoso será internado em uma casa de repouso. A
discussão será em torno dos cuidados que um portador deve receber.
Em entrevista, o neurologista Egberto Barbosa, do Hospital das
Clínicas da Universidade de São Paulo explica quais são as causas da
doença, como ela afeta o indivíduo e quais são os cuidados essenciais
com aqueles que têm a enfermidade.
O que é Mal de Parkinson
Doença degenerativa que ataca o sistema nervoso central, o Mal de
Parkinson pode ser categorizado como uma enfermidade crônica e
progressiva, isto porque não há como curá-la e os tratamentos visam
minimizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
A dopamina é o neurotransmissor responsável por trocar mensagens
entre as células nervosas. A diminuição de sua produção prejudica os
movimentos voluntários automáticos, ou seja, aqueles que são feitos sem
que se tenha que pensar em sua execução. O avanço da idade é responsável
pela diminuição de dopamina, porém, determinados fatores podem acelerar
ou intensificar esta redução, gerando o mal de Parkinson.
"Acredita-se que a doença seja originada pela soma de fatores
genéticos a exposições ambientais, como determinados remédios para o
tratamento de distúrbios psíquicos, agrotóxicos ou substâncias
químicas", explica o neurologista.
Segundo Barbosa, o risco de desenvolver a doença Parkinson aumenta
progressivamente a partir dos 50 anos e homens possuem maior propensão
já que estão expostos mais frequentemente aos fatores de risco.
Sintomas e diagnóstico
Os tremores apenas de um lado do corpo são as manifestações iniciais.
"Os tremores não aparecem durante a execução de uma atividade. O tremor
característico e que diagnostica o Mal de Parkinson ocorre enquanto o
indivíduo está parado e os membros em repouso", descreve o especialista.
"O diagnóstico da doença vem através do exame clínico e os sintomas
seguintes passam pela diminuição do tamanho da letra durante a escrita,
dificuldade para levantar e dobrar as pernas e curvatura posterior,
chegando à ausência de expressões faciais até ao comprometimento da fala
e deglutição", diz Barbosa.
A doença pode atingir cinco níveis, sendo:
Grau 1: Um lado do corpo é afetado;
Grau 2: Corpo é todo afetado, mas mantém o equilíbrio;
Grau 3: Perde o equilíbrio e as quedas ficam frequentes;
Grau 4: Perde a capacidade motora para movimentos como fala e deglutição, mas se locomove;
Grau 5: Paciente absolutamente dependente;
Mas, segundo o neurologista, a doença não atrapalha ou debilita
imediatamente o paciente. "Embora seja variável, a doença não diminui a
perspectiva de vida e um paciente com acesso ao tratamento não vive
menos", afirma o especialista. A evolução da doença pode durar até 15
anos.
Tratamento para Parkinson
Como a causa do Mal de Parkinson ainda não foi descoberta, os
tratamentos disponíveis impedem a evolução da doença ou estimulam a
produção de dopamina. Além dos medicamentos precursores da substância,
Egberto ainda recomenda tratamentos alternativos. "Acompanhamento
fisioterápico e fonoaudiológico, alongamento, exercícios que fortalecem
os músculos e a continuidade às práticas sociais são essenciais para
amenizar os sintomas da doença".
Já para casos avançados existe a possibilidade de intervenções
cirúrgicas. "Pacientes que não respondem à medicação podem ser
submetidos a um procedimento cirúrgico que passa a controlar o quadro",
explica o neurologista.
Mal de Parkinson em jovens
Embora raro, a doença pode acometer pessoas com menos de 40 anos.
Neste caso, a estratégia de tratamento é diferente. "Como a longo prazo
os medicamentos para o tratamento do Mal de Parkinson apresentam efeitos
colaterais, em pacientes jovens a escolha é por remédios mais fracos e
menos prejudiciais e pela intensificação das medidas alternativas", diz
Egberto.
Do Bolsa de Mulher
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