Indiciado pelos crimes de homicídio e explosão, Caio Silva de Souza não
merece que nenhum carimbo ideológico atenue a violência que praticou; a
soldo de R$ 150 por manifestação, segundo divulgou seu advogado, ele fez
o que fez por dinheiro e a mando de alguém; chegar aos responsáveis por
essa estratégia cruel de desestabilização é fundamental, mas uma
condenação exemplar vai ensinar muito sobre a importância da democracia
que ele apedrejou e explodiu; jovem do subúrbio, valentão na rua e
tímido a caminho das grades, o assassino confesso do cinegrafista
Santiago Andrade tem o perfil acabado de um irresponsável
instrumentalizado por grupos políticos
Fugir para a casa do avô, no Ceará, foi a primeira atitude de Caio
Silva de Souza, 22, ao saber que seria preso pelo disparo de rojão feito
contra Santiago Andrade. A morte do cinegrafista retirou a máscara do
dissimulado assassino confesso – "acendi sim, nem sabia que aquilo era
um rojão" - e mostrou ao público o perfil do chamado "terrorista
social", integrante da dispersa e violenta gang Black Bloc.
Além da covardia demonstrada pela fuga encerrada em Feira da Santana,
na
Bahia, sem resistência, já se acredita que Caio seja um relés
robozinho a soldo de um grupelho esquerdista aparelhado numa legenda
política.
É lícito olhar com suspeitas, em razão dos indícios, para o PSOL do
deputado estadual Marcelo Freixo. De acordo com as primeiras informações
da polícia, muitas delas com base numa entrevista do advogado de Caio e
seu parceiro Fabio Raposo, Freixo fazia politicamente a cabeça de
ambos. E lhes dava respaldo logístico.
Pela remuneração de R$ 150 por manifestação, Caio era integrante da
tropa de choque de uma ala do PSOL, a julgar, repita-se, pelas
indicações do advogado Jonas Thadeu.
Auxiliar de serviços gerais em hospital público, morador do subúrbio
carioca e com "pai e mãe trabalhadores", como ele disse, incluindo-se
nessa categoria, Caio é o protótipo do jovem que pode ser facilmente
seduzido por qualquer causa.
São sujeitos como ele que cotidianamente o tráfico de drogas no Rio
de Janeiro alicia para suas bandas criminosas. Os mesmos que começam a
aprender as lições da violência pela televisão, nas novelas globais do
horário nobre e nos filmes americanos ensanguentados de todas as noites.
Que crescem nos bairros desestruturados, infiltrados pela violência e o
crime organizado. E encerram a adolescência prontos para uma carreira
na vida em que qualquer destino é válido, especialmente os que percorrem
o vasto submundo da sociedade brasileira.
Quem chegou até ali, depois de ter passado a vida em risco, continua sem ter nada a perder.
Confessando-se pobre, o Caio valentão violento das ruas mostrou-se
tímido e ressabiado a caminho das grades. Pediu desculpas "pela morte de
um trabalhador". Por ela, Caio poderá ser condenado até a 35 anos de
prisão.
Apesar de querer proteger-se com uma carapuça política (colocada por
cima do gorro preto romântico para alguns, como considerou Caetano
Veloso), Caio é só mais um bossal que ganhou notoriedade, após quatro
passagens discretas pelas delegacias de polícia. Um bandido que talvez
tenha sido levado de ônibus fretado para aquela e outras manifestações,
recebido remuneração para atirar pedras e criar o caos e ter sido
elevado à categoria de manifestante político quando não passa de um
palerma. Palerma e assassino.
Carimbar em Caio alguma ideologia seria como estabelecer coerência
entre depredação pública, ataque à pessoa, aprimoramento da democracia e
construção do socialismo. Nada a ver com nada, a não que você seja um
maluco para ligar esses pontos a sério. Ele estava onde estava, fazendo o
que estava fazendo, porque cumpria ordens. É preciso chegar ao mandante
dessa estratégia cruel.
Brasil 247
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