sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Mãos Limpas: Quatro anos e ninguém foi julgado

 247:
A Operação Mãos Limpas realizada em 2010 pela Polícia Federal completa exatos 4 anos nessa quarta-feira dia 10; Na ocasião o Amapá foi destaque nos principais veículos de comunicação do país em razão da maior ação policial de combate a corrupção, realizada para desbaratar uma organização criminosa montada com o objetivo de saquear os cofres públicos amapaenses

As principais autoridades do Estado foram presas ou conduzidas coercitivamente para prestar depoimento sobre desvios de recursos públicos no Amapá, um dos Estados mais pobres do país.

No decorrer da operação e das investigações foram presos o então governador Pedro Paulo, o ex-governador Waldez Góes (PDT) e a ex-primeira-dama Marília Góes (PDT), o presidente do Tribunal de Contas Júlio Miranda, prefeito de Macapá Roberto Góes (PDT), secretários de Estado, além de servidores públicos e empresários. A PF prendeu 18 pessoas, conduziu 87 para prestar depoimento e cumpriu 94 mandatos de busca e apreensão.

Quatro anos depois nenhum denunciado ou investigado foi julgado pela justiça federal ou estadual. O ex-governador Waldez Góes, pretende  novamente governar o Estado. Waldez é candidato ao governo nas eleições de 2014 e, segundo pesquisas, lidera as intenções de voto. Mesmo respondendo a várias denúncias realizadas pelo Ministério Público, tanto Federal como estadual,  o candidato diz que tudo não passa de armação e perseguição política.

A ex-primeira dama, Marília Góes, esposa de Waldez foi eleita deputada estadual ainda em 2010 logo após deixar o presídio da Papuda. Marília concorre novamente a Assembléia Legislativa e assim como o esposo alega perseguição.

O ex-prefeito de Macapá, Roberto Góes, primo do ex-governador,  permaneceu cerca de dois meses preso no presido da Papuda em Brasília, acusado de corrupção e de destruir provas das investigações. Góes perdeu as eleições em 2012 quando concorria a reeleição e atualmente concorre a uma cadeira na Câmara Federal. O Ministério Público Estadual acaba de apresentar as primeiras denúncias contra o ex-prefeito.

Jorge Amanajás, então presidente da Assembléia Legislativa não chegou a ficar preso, porém foi conduzido coercitivamente juntamente com outros integrantes da mesa diretora do legislativo para depor sobre corrupção na referida Casa de Leis. Amanajás era candidato ao governo em 2010 e novamente concorre ao cargo nas eleições de 2014.   

Já o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, Júlio Miranda, permanece afastado do tribunal juntamente com outros quatro conselheiros, porém recebendo integralmente o salário. Na propriedade do conselheiro, na capital paraibana, a PF apreendeu dinheiro, bens de luxo e uma Ferrari (que ainda não estava emplacada) avaliada em R$ 1,8 milhão, além de uma camioneta do tipo SUV importada. Entre os presos durante a Mãos Limpas, Miranda foi quem permaneceu mais tempo na carceragem em Brasília. Foram mais de seis meses.

Assim como Miranda os demais acusados de integrar a organização criminosa respondem pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, advocacia administrativa, ocultação de bens e valores, lavagem de dinheiro, fraude em licitações, tráfico de influência, formação de quadrilha, entre outros crimes.

De acordo com as investigações, foi constatado que o mesmo esquema era aplicado em outros órgãos públicos. Foram identificados desvios de recursos no Tribunal de Contas do Estado do Amapá, na Assembleia Legislativa, na prefeitura de Macapá, nas Secretarias de Estado de Justiça e Segurança Pública, de Saúde, de Inclusão e Mobilização Social, de Desporto e Lazer e no Instituto de Administração Penitenciária.

 Fonte:
Domiciano Gomes do Amapá 247

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