A Operação Mãos Limpas realizada em 2010 pela Polícia Federal completa
exatos 4 anos nessa quarta-feira dia 10; Na ocasião o Amapá foi destaque
nos principais veículos de comunicação do país em razão da maior ação
policial de combate a corrupção, realizada para desbaratar uma
organização criminosa montada com o objetivo de saquear os cofres
públicos amapaenses
As principais autoridades do Estado foram presas ou conduzidas
coercitivamente para prestar depoimento sobre desvios de recursos
públicos no Amapá, um dos Estados mais pobres do país.
No decorrer da operação e das investigações foram presos o então
governador Pedro Paulo, o ex-governador Waldez Góes (PDT) e a
ex-primeira-dama Marília Góes (PDT), o presidente do Tribunal de Contas
Júlio Miranda, prefeito de Macapá Roberto Góes (PDT), secretários de
Estado, além de servidores públicos e empresários. A PF prendeu 18
pessoas, conduziu 87 para prestar depoimento e cumpriu 94 mandatos de
busca e apreensão.
Quatro anos depois nenhum denunciado ou investigado foi julgado pela
justiça federal ou estadual. O ex-governador Waldez Góes, pretende
novamente governar o Estado. Waldez é candidato ao governo nas eleições
de 2014 e, segundo pesquisas, lidera as intenções de voto. Mesmo
respondendo a várias denúncias realizadas pelo Ministério Público, tanto
Federal como estadual, o candidato diz que tudo não passa de armação e
perseguição política.
A ex-primeira dama, Marília Góes, esposa de Waldez foi eleita
deputada estadual ainda em 2010 logo após deixar o presídio da Papuda.
Marília concorre novamente a Assembléia Legislativa e assim como o
esposo alega perseguição.
O ex-prefeito de Macapá, Roberto Góes, primo do ex-governador,
permaneceu cerca de dois meses preso no presido da Papuda em Brasília,
acusado de corrupção e de destruir provas das investigações. Góes perdeu
as eleições em 2012 quando concorria a reeleição e atualmente concorre a
uma cadeira na Câmara Federal. O Ministério Público Estadual acaba de
apresentar as primeiras denúncias contra o ex-prefeito.
Jorge Amanajás, então presidente da Assembléia Legislativa não chegou
a ficar preso, porém foi conduzido coercitivamente juntamente com
outros integrantes da mesa diretora do legislativo para depor sobre
corrupção na referida Casa de Leis. Amanajás era candidato ao governo em
2010 e novamente concorre ao cargo nas eleições de 2014.
Já o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, Júlio Miranda,
permanece afastado do tribunal juntamente com outros quatro
conselheiros, porém recebendo integralmente o salário. Na propriedade do
conselheiro, na capital paraibana, a PF apreendeu dinheiro, bens de
luxo e uma Ferrari (que ainda não estava emplacada) avaliada em R$ 1,8
milhão, além de uma camioneta do tipo SUV importada. Entre os presos
durante a Mãos Limpas, Miranda foi quem permaneceu mais tempo na
carceragem em Brasília. Foram mais de seis meses.
Assim como Miranda os demais acusados de integrar a organização
criminosa respondem pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato,
advocacia administrativa, ocultação de bens e valores, lavagem de
dinheiro, fraude em licitações, tráfico de influência, formação de
quadrilha, entre outros crimes.
De acordo com as investigações, foi constatado que o mesmo esquema
era aplicado em outros órgãos públicos. Foram identificados desvios de
recursos no Tribunal de Contas do Estado do Amapá, na Assembleia
Legislativa, na prefeitura de Macapá, nas Secretarias de Estado de
Justiça e Segurança Pública, de Saúde, de Inclusão e Mobilização Social,
de Desporto e Lazer e no Instituto de Administração Penitenciária.
Fonte:
Domiciano Gomes do Amapá 247
Domiciano Gomes do Amapá 247
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