quinta-feira, 14 de maio de 2015

AMAPÁ PRAPARA NOVO MODELO DE VIGILÂNCIA PARA O CONTROLE HIV/AIDS

Órgãos vinculados à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) participaram de uma reunião técnica de consulta sobre o novo modelo de vigilância e os novos desafios para o controle do HIV/Aids no Brasil. O encontro foi promovido com a consultoria do Ministério da Saúde/Organização Pan Americana de Saúde (MS/OPAS).

A Secretaria de Saúde se predispôs a ajudar os órgãos - Coordenadoria de Vigilância em Saúde (CVS), Serviço de Assistência Especializada em HIV/Aids (SAE), Laboratório Central (Lacen) e Conselho Estadual da Saúde (CES) - que entregarão propostas para a melhoria dos atendimentos aos pacientes.

Durante o encontro foram abordados dados sobre o HIV/Aids no Estado, melhorias na infraestrura tanto predial quanto de pessoal no SAE Amapá, treinamento de profissionais e descentralização do tratamento da doença.

"Entregaremos a Sesa um projeto para a descentralização deste serviço cujo foco principal é capacitar profissionais nas Unidades Básicas de Saúde dos municípios para ajudar a tratar e acompanhar o paciente com HIV", explicou Sílvia Maués, chefe da Divisão de Epidemiologia da CVS.

Outro ponto levantado por Sílvia é a questão econômica. "Os custeios para o Estado diminuiriam caso os pacientes fossem atendidos em seus municípios ou se tivessem uma unidade como ponto de referência. Por exemplo, se existisse um ponto de tratamento na Unidade de Saúde de Calçoene, pacientes portadores do HIV do Amapá, Tartarugalzinho, municípios que ficam geograficamente perto realizariam tratamento nesta unidade de referência, não precisando se deslocar até Macapá".

Segundo dados do MS, mostrados na reunião, todos os municípios do Estado tem casos de HIV, sendo que 75% estão na capital Macapá. O Amapá também é o Estado com maior índice de casos em crianças menores de cinco anos contaminadas pelo vírus. Um dado considerado bom é que no Amapá os indivíduos iniciam o tratamento em no máximo seis meses após a descoberta da doença.

"Vale ressaltar que este índice com relação às crianças é um dado de 2013, é importante também considerar o tamanho da nossa população, que é pequena em relação a outros Estados. Este dado infelizmente deu visibilidade e chamou atenção do Ministério da Saúde ao Amapá, o que vamos aproveitar para nos ajudar a melhorar as políticas públicas", explicou Sandro Mendes, responsável técnico pelo programa DST/Aids-AP.

Esses números tendem a melhorar com efetivação de um pré-natal bem realizado e a conscientização da gestante sobre a importância da realização do teste, pois hoje há formas de a criança não contrair o vírus da mãe. O teste rápido de Aids tem sido o maior investimento do MS para o acesso ao diagnóstico durante o pré-natal na atenção básica de saúde. "Colocar uma atenção mais efetiva no pré-natal, essa é a intenção do Ministério e nosso objetivo enquanto coordenação", enfatizou Mendes.

O Serviço de Assistência Especializada do Centro de Tratamento e Aconselhamento de HIV/Aids (SAE/CTA) do Estado está também mobilizado para que as crianças e pacientes grávidas detectadas com o vírus tenham um atendimento diferenciado. "Fechamos alguns acordos recentes com o Hospital da Mulher. Temos conseguido garantir uma continuidade com relação à prevenção do recém-nascido para o HIV, garantindo a medicação desse paciente. A maternidade, juntamente com o SAE, oferece também o pré-natal de alto risco para as pacientes detectadas com HIV", explicou Adriana Coimbra, responsável técnica do SAE\CTA.

A Aids no Brasil
Entre 1980 e junho de 2012, segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados 656.701 casos de Aids no Brasil, média de 36 mil casos por ano. Em relação aos óbitos, são registrados 11,5 mil por ano.

De acordo com o órgão a epidemia brasileira é concentrada nas populações, hoje chamadas de "populações chave" e não mais "população de risco", que são os homossexuais, travestis, mulheres profissionais do sexo e usuários de drogas.

Atualmente, o Ministério da Saúde estima que 530 mil pessoas vivam com HIV/Aids no país. Dessas, 135 mil não sabem ou nunca fizeram o teste. Sobre o acompanhamento da doença no Brasil, 217 mil pessoas têm acesso ao tratamento de forma gratuita. (com informações do Ministério da Saúde).

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